Pastoral da Semana

Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos"

Pastoral 31/03/2024

Pastoral da Semana
por Rev. Juarez Marcondes Filho

INCOMPARÁVEL AMOR

"Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos" (João 15.13).
Enamorados ficam competindo a respeito de quem ama mais: um diz "eu te amo", ao que o outro responde "eu te amo mais", para, então, ouvir "eu te amo mais ainda", numa disputa que só se encerra quando as forças se exaurem. No entanto, diante de uma circunstância inesperada, quando a prova deste amor é requerida, as coisas não parecem ser tão amorosas assim.
Sendo sua essência o amor (I João 4.8), Deus não pode deixar de amar, até mesmo quando emite juízo; nisto não há contradição, ao mesmo tempo, Deus é amor e justiça. E o amor de Deus é o padrão para o exercício de nosso amor; mas, somos forçados a reconhecer que, de fato, ninguém pode amar mais do que o nosso Deus.
As provas incontestáveis acerca deste amor estão claramente diante de nós, principiando antes do mundo ser mundo. Deus nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo e nesta mesma dimensão "em amor, nos predestinou para ele"; (Efésios 1.5). Antes de virmos à luz, termos feito o bem, ou deixado de fazer o mal, aprouve a Deus nos amar de tal maneira, a ponto de deliberar que pertenceríamos a ele. A eleição não depende de nossos atos, mas do grande amor de Deus.
Nesta esteira, no tempo e no espaço, Deus criou todas as coisas, incluindo a cada um de nós, a fim de dar curso ao seu amor eterno. A Criação tornou palpável o amor divino, fazendo-nos objetos de sua bondade e generosidade, características essenciais de seu imensurável amor.
O ingresso do pecado no mundo, por meio da Queda, não se constituiu em impedimento da realização do amor de Deus no meio da humanidade, ao contrário, tornou possível que amor divino fosse expresso por meio da Redenção. A perspectiva do amor de Deus, sob a ótica da Criação, é
palpável por meio das bênçãos temporais de que somos alvo. Já, na Redenção somos alvo de um amor muito particular, de uma graça inexplicável.
É deste modo que compreendemos, de um lado, a graça comum, concedida a todos os homens, sobre os quais o Senhor faz cair chuvas e vir o sol, quer sejam bons ou maus (Mateus 5.45), de outro, a graça especial, que salva o arrependido pecador, concedendo-lhe o privilégio da filiação divina
(João 1.12).
Na véspera de sua crucificação, Jesus reuniu os discípulos para um derradeiro encontro, no qual o Mestre enfatizou seu amor insuperável. Não deixou qualquer dúvida no coração de seus seguidores a este respeito.
Muitas vezes, os discípulos tentaram dissuadir Jesus de seguir para Jerusalém, pois, o risco de morte era muito grande (Mateus 16.21-23). Nada obstante, Cristo sempre reiterou que era mister assim proceder, pois, nesta jornada ele daria a prova cabal de seu amor.
Na semana decisiva do ministério de Jesus entre os homens não faltou quem se dispusesse a impedir sua expressão máxima de amor, a ponto dele pedir aos próprios discípulos que o acompanhassem em oração, no que eles foram muito reticentes (Mateus 26.36-46).
De outra sorte, uma vez preso, julgado e sentenciado, quando da execução da sentença, ainda foi tentado a desistir do seu amor, pois, ouvia dos circunstantes: "Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo se és Filho de Deus, e desce da cruz" (Mateus 27.40).
Porém, aquele cujo o amor é ilimitado, não desistiu de amar; diante de tão candente apelo, prosseguiu firme em seu objetivo, marchando cadenciadamente para o Calvário, onde legou a maior prova de amor.
Tamanho amor foi capaz de vencer o pecado e a morte, que "foi tragada pela vitória" (I Coríntios 15.54), por meio da ressurreição. Amor que é capaz de extrair vida de entre os mortos (Efésios 5.14).
Cristo vive e seu amor é incomparável.