Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados e edificados e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças
Pastoral 17/11/2024
Confirmados na Fé
Firme na Igreja necessariamente não significa estar bem firmado em Cristo; há gente muito envolvida com os trabalhos da Igreja, mas que não desenvolve uma vida de comunhão com o Senhor; são até capazes de justificar que não têm tempo para meditação na Palavra e oração porque estão muito comprometidos com variadas áreas da Igreja. Certamente, explica muita coisa, mas não justifica em hipótese alguma a debilidade espiritual.
A base de nossa firmeza na Igreja é justamente estarmos bem alicerçados no Senhor Jesus. "Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados e edificados e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças" (Colossenses 2.6-7). O ambiente para todo este aprofundamento é a própria Igreja, no entanto, é forçoso reconhecer que o conteúdo deste embasamento é a comunhão com o Senhor.
Os verbos utilizados pelo Apóstolo são muito sugestivos; ele fala, primeiramente, em estarmos radicados em Cristo, ou seja, com raízes profundas em nosso Salvador. A árvore frondosa, que oferece sombra e, ao mesmo tempo frutifica abundamente, não mostra até aonde vão suas raízes, tamanha a profundidade em que elas se encontram, mas são justamente elas que garantem sua firmeza e produtividade.
Ter raízes em Cristo significa estar devidamente plantado na obra do Filho de Deus, a qual ele realizou plenamente na cruz, morrendo pelos nossos pecados, vencendo a morte pelo poder da ressurreição. Por meio de seu sacrifício, o Salvador lançou em nossos corações as raízes do amor e do perdão divinos, possibilitando-nos o acesso à presença do Pai, como Cristo anunciou: "ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6).
Da figura agrícola, Paulo parte para a figura da construção, que principia nas fundações; devemos estar radicados em Cristo, mas, igualmente, ser edificados a partir das bases seguras que o Filho de Deus nos garante.
Costumamos chamar o momento da pregação da Palavra de Deus de "edificação"; consideramos esta parte do Culto de extremo valor, quase imaginando que tudo que vem antes prepara para este momento. Aquele que tem a incumbência de pregar a Palavra deve preparar-se adequadamente, investindo tempo em estudo e meditação, a fim de que seja fiel na proclamação da mensagem bíblica.
Somos edificados a partir da Palavra de Cristo, ela estabelece as bases de nossa fé; a partir dela podemos ver um edifício doutrinário sendo erigindo com solidez, oferecendo a segurança espiritual que nossas almas carecem.
Radicados, edificados, mas, ainda confirmados na fé. Note-se que o verbo "confirmar", tem por raíz o verbo "firmar". O que está firme, precisa ser testado, experimentado, provado, e, isto se dá por meio de expedientes de confirmação. Tendo raízes no sacrifício de Cristo, e bem embasados na sua Palavra, confirmamos nossa fé, por meio de experiências cotidianas vida afora.
O Evangelho não é uma teoria, mas uma prática de vida. Quando declaramos que cremos em Cristo como nosso único e suficiente Salvador, encontramos ao longo da vida oportunidades recorrentes de confirmar que assim o é. Especialmente quando nos sobrevêm as lutas e tribulações, quando somos requeridos de dar nosso testemunho de fé em meio a adversidades. São ocasiões propícias para a confirmação de que, de fato, cremos no Senhor.
Um último aspecto referido pelo Apóstolo é igualmente sugestivo: devemos crescer em ações de graças, ou seja, revelando um espírito agradecido o tempo todo. Nossa firmeza na Igreja, tendo por base a firmeza em Cristo, torna-se visivel por meio de nossa atitude sempre elevada, positiva, distante da murmuração e do queixume, buscando em tudo, glorificar e bendizer o nome do Senhor. Um louvor de lábios, refletido em nosso procedimento.