Pastoral da Semana

não sabendo orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.

Romanos 8.26

Pastoral 28/07/2024

Pastoral da Semana
por Rev. Juarez Marcondes Filho

A Sublimidade da Oração

 

Para responder ao pedido dos discípulos, Jesus os ensinou a orar, deixando um modelo insubstituível de oração (Lucas 11.1-4); esta oração não é para ser repetida mecanicamente, mas um padrão que norteia nossas orações. A seguir, Jesus contou uma parábola, conhecida como a do "Amigo Importuno" (Lucas 11.5-8), a fim de salientar que seremos ouvidos pelo Senhor em nossas orações. Por fim, Jesus apresentou elementos que nos inspiram a orar (Lucas 11.9-13), tendo em conta quão sublime é este meio de graça.

A Oração certifica que somos filhos de Deus. Se os pais terreais se empenham em dar o melhor para seus filhos, quanto mais o Pai Celestial (v. 13). Ao apresentar a Deus como Pai, o Senhor Jesus, sendo o Filho Unigênito (João 3.16), incluiu todos os crentes que, por seu intermédio, foram adotados na família de Deus (Efésios 1.5; 2.19). Sem perder de vista nenhum atributo divino e todas as formas de tratamento que podemos lhe conferir, é vital saber que na oração estamos nos dirigindo ao Pai, na condição de seus amados filhos.

A filiação divina é um poder concedido ao crente (João 1.12), justamente pelo exercício da fé; se cremos que Jesus é nosso único e suficiente Salvador, somos incluídos na família da fé, somos acolhidos como filhos de Deus.

Nosso relacionamento com Deus se estabelece na modalidade de proximidade; o Altíssimo não está distante, mas perto de nós (Isaías 55.6; Salmo 145.18; Filipenses 4.5), dando-nos da sua intimidade (Salmo 25.14).

A Oração demanda extremoso exercício espiritual. Oração não é recreação, coisa para ser feita quando não se tem outra coisa para fazer. Pedir, buscar, bater (v. 9) revelam ações concretas, que exigem posicionamento e atitude, vigor e determinação.

O tom é crescente, pedir é o estágio inicial, buscar implica em empenho ardoroso, bater requer esforço qualificado. Boa parte dos crentes ainda não passou da primeira fase. Ana, mãe de Samuel, é um bom exemplo de dedicação na oração, até ver sua súplica atendida (I Samuel 1.10-18).

A Oração jamais fica sem resposta. Enquanto o v. 9 aponta para o esforço humano na oração, o v. 10 apresenta o agir divino em nossa direção: "o que pede recebe, o que busca encontra, ao que bate a porta se abre".

"Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco" (Marcos 9.24). Eventualmente, não conseguimos discernir a resposta, ou não nos parece concretizada, ou temos a impressão que recebemos o contrário do que pedimos, mas sem resposta não ficamos.

É bom lembrar que Deus vai muito além das nossas expectativas, afinal, "ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos" (Efésios 3.20).

A Oração sempre vem em nosso benefício. A seus filhos Deus nunca dará pedra, cobra ou escorpião (v. 11, 12). Da sua parte, só nos vêm coisas necessárias e abençoadoras, porque "toda boa dádiva e todo o dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança" (Tiago 1.17). Até mesmo das tribulações o Senhor extrai para conosco benefícios incontáveis (Romanos 5.3-5).

A Oração acha-se jungida ao cerne do Evangelho. "O Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem" (v. 13). Tendo ouvido o Evangelho e crido, fomos selados com o Espírito (Efésios 1.13). Não se pode pedir a presença do Espírito à parte da obra de Cristo. Certamente, a oração mais cara que podemos proferir é a do ato de nossa conversão, quando suplicamos que Cristo venha morar em nós, pelo seu Espírito, passando a ser habitados pela presença de Deus.

Esta presença é garantidora de que nossas orações chegarão diante da face de Deus, mesmo "não sabendo orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8.26).