Não podemos comer o pão e beber o cálice sem autêntico compromisso com Cristo e seu Reino"
Pastoral 01/10/2023

CEIA E MISSÃO
Neste Domingo, somos convidados a acercar a Mesa do Senhor e participar da Ceia que Cristo instituiu; sempre aos primeiros Domingos do mês assim o fazemos, visando nosso crescimento na graça de Cristo. Também, neste mês teremos mais uma Conferência Missionária, promovida com o
intuito de incrementarmos nossas ações na expansão do Reino de Deus. Indagamos: que relação há entre a participação da Ceia e a vida missionária da Igreja? Tratamos destas duas coisas em separado ou elas se intercomunicam?
À primeira vista, parecem-nos realidades estanques, que não tem qualquer interação uma com a outra. Tomada a participação da Ceia como mero sacramentalismo, certamente não faremos nenhuma ponte com o dever missional da Igreja. Por outro lado, o enfoque missionário divorciado da
integração ao Corpo de Cristo pode nos fazer pensar que uma coisa não diz respeito a outra. No entanto, estamos diante de eventos jungidos, que convergem para o desenvolvimento do Povo de Deus e a Glória do Senhor.
Ao instituir a Ceia, o Senhor foi muito claro em seu objetivo, qual seja, trazer seus discípulos sempre lembrados da missão de que ele fora incumbido.
"Fazei isto em memória de mim"; (Lucas 22.19) é uma convocação a ter em conta a obra do Salvador, morrendo pelos nossos pecados, ressuscitando para nos dar vida eterna, e nos constituindo seu povo, sobre quem recai a Missão.
Quem é a Igreja que se assenta ao redor da Mesa com o Senhor Jesus? Ela é "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"; (I Pedro 2.9).
Há uma indignidade de nossa parte para tomarmos lugar à Mesa, jamais poderíamos dela participar dada nossa precária condição de pecadores; porém, o Senhor providenciou a devida habilitação, e nos credenciou para comermos o pão e bebermos o cálice; a capacitação é de tal ordem
que Pedro evoca esta série de menções a nosso respeito, tudo pela grande misericórdia divina.
A Ceia revela quem somos pecadores alcançados pelo grande amor de Deus que há em Cristo Jesus; somos, agora, raça eleita, sacerdócio, real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus. Mas a Ceia, também, aponta qual o nosso mister, que é o de proclamar o Evangelho da Graça.
A Ceia, per se, já é uma proclamação. Em sua clássica instrução para participação da Mesa do Senhor, Paulo afirma que todas as vezes que comemos o pão e bebemos o cálice, anunciamos a morte do Senhor até que ele venha (I Coríntios 11.26). Evidente de que não é o ato de deglutir os
elementos que tem esta propriedade evangelística, mas, sabedores do significado deles, estamos anunciando a Palavra de Deus.
O prazo para esta proclamação teve início quando de sua instituição e se prorrogará até a volta do Senhor Jesus. Nas celebrações litúrgicas da Igreja clamamos "Maranatha", volta Senhor Jesus. Mas até que isto se dê, nossa saudade do Salvador se transforma em pregação do Evangelho.
Não podemos comer o pão e beber o cálice sem autêntico compromisso com Cristo e seu Reino; é imprescindível ao receber os elementos termos em conta a responsabilidade que recai sobre nós como Igreja reunida e na grande dispersão, também.
A Ceia é tanto uma oportunidade de dar graças a Deus por sermos sua Igreja, única, e mesmo sendo tão diversificada mantendo-se em unidade, como assumirmos nosso papel de difundir a mensagem da Salvação a toda a criatura, pela proclamação do Evangelho de Cristo.